sexta-feira, maio 06, 2011

O VALOR DO BRINCAR QUE POUCOS CONHECEM


Brincar com alguma coisa, empresta-lhe um multiverso de possibilidades: a caneta que escreve pode transformar-se num submarino, ao ser posicionada na horizontal; num foguete quando na vertical ou num artefato que perfura e chega ao centro da Terra, quando na diagonal - tudo depende do grau de liberdade concedido à imaginação daquele que brinca. A ato confere luz, cor e cenário, transformando objetos banais em algo extraordinário.

Com uma bola nos pés, simples mortais transformam-se em jogadores de futebol, assim como nas mãos, em atletas do basquete ou do vôlei. Com auxílio da imaginação durante uma partida, muitos enxergarão a si mesmos como se estivessem vestindo a camisa de um time consagrado, sentindo-se sob holofotes e observação de uma platéia. Para o cérebro, tanto faz que uma experiência seja real ou imaginária – o treinamento do desempenho e aumento de habilidades adquirido pela prática, será idêntico ao obtido por um profissional. O que os diferirá, será a persistência que cada um irá propor a si mesmo. É o que faz com que atletas que outrora foram grandes profissionais, tornem-se acomodados e jogadores de várzea, novos campeões nos times.

Jogos de tabuleiro que contextualizam situações e estabelecem suas próprias regras, fornecem ao cérebro parâmetros suficientes para que desafios propostos sejam assimilados e as condições do jogo, preenchidas. A imaginação se incumbe do resto. Seja para controlar finanças no Monopoly (Hasbro) ou administrar “commodities” no Colonizadores de Catan (Grow), o cérebro rapidamente incorpora as regras e as utiliza em seu benefício, para vencer os obstáculos simulados do ambiente. E novamente estabelece-se um treinamento que aumenta o desempenho não apenas no jogo, mas nas vias neurológicas reais daquele que brinca, aumentando-lhe a capacidade decisória. Agrega-se aí o respeito pelas regras de convivência e pelo próximo, estabelecendo-se relações de camaradagem e condições de diálogo, além de proporcionar prazer. Jogar cria para os participantes, condições para testar sem riscos, através da tentativa e erro, suas soluções contra as dos adversários, em uma relação benéfica onde mesmo quem perde se favorece: no caso da uma vitória de um dos lados, verifica-se que as decisões que este escolheu se mostraram acertadas e em caso de derrota, aprende-se a solução que o adversário utilizou, incorporando sua experiência.

Quem brinca com uma boneca, empresta a ela com a mente, cenários, contextos, companheiros, situações determinadas e opções de atitude. E temos de novo o cérebro aumentando suas sinapses e estabelecendo novas vias de aprendizado, através da criação de pontes entre os mais diversos centros cerebrais.

O cérebro não é um órgão estático. Se estimulado por alguma nova possibilidade, abre frentes de aprendizado e comunicação entre seus centros, interagindo e especializando novas funções. É o que permite a algumas pessoas se tornarem virtuoses no violão e outras, hábeis cirurgiões, utilizando o mesmo “equipamento corpóreo”, as mãos.

Pode alguém deixar de se beneficiar por uma melhora no desempenho cerebral? O brincar freqüente abre campos de possibilidades infinitas na formação de habilidades, estimulando o estabelecimento de novas conexões neurológicas e o aumento da bainha de mielina que cobre os axônios, tornando-os mais eficientes em sua condução. É um exercício vital para quem almeja desempenho, tão válido para crianças e adolescentes, quanto para adultos e idosos. Por isso mesmo, são grandes protetores contra os déficits de atenção e os lapsos de memória.

Assim como os halteres e os equipamentos de ginástica em uma academia simulam situações para que a musculatura possa se adaptar e se desenvolver, brinquedos e jogos simulam condições para que o cérebro possa aumentar desempenho, com a importante vantagem de agregar prazer à experiência – algo sem igual.

Lucio Abbondati Junior

segunda-feira, maio 02, 2011

ENTREVISTA SOBRE OS JOGOS - REVISTA DO JORNAL "O FLUMINENSE" - 01/05/2011

Aqui está a íntegra da entrevista que dei à revista do jornal O FLUMINENSE, no dia 01 de maio de 2011, sobre a importância dos jogos. Eu e minha esposa agradecemos a sua equipe, pela gentileza com que nos acolheu.

( Clique nas imagens abaixo, para ver melhor )

















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